Bancários de Florianópolis avaliam Campanha Nacional da categoria

O Sindicato dos Bancários de Florianópolis realizou na quinta-feira (18) uma plenária de avaliação da Campanha Nacional dos Bancários de 2018. A atividade aconteceu na Federação dos Trabalhadores no Comércio no Estado de Santa Catarina (Fecesc), em Florianópolis, e contou com a participação da presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional da categoria.

“Realizamos uma campanha numa conjuntura de retirada de direitos, depois da nova lei trabalhista, com a terceirização sendo aprovada pelo Supremo Tribunal Federal e a mudança da lei que autoriza a terceirização de todas as atividades, num ambiente de privatizações, onde os trabalhadores estão perdendo direitos e tendo reajuste de salários menores. Quase metade das categorias sequer conseguiram assinar acordo. E nós conquistamos aumento real e tivemos todos os nossos direitos e garantimos, com uma convenção que vale pra todos”, afirmou Juvandia Moreira, presidenta da Contraf.

     > Aumento real dos bancários é de 1,31%

Diante da possibilidade de perda de direitos, os bancários anteciparam a consulta à categoria (realizada antes de cada campanha), as conferências estaduais, nacional e encontros específicos de bancos. Entregaram a minuta de reivindicações da categoria à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no dia 13 de junho, aproximadamente um mês antes habitual.

Os bancos foram intransigentes, prolongaram as negociações e apresentaram uma proposta com corte de direitos e perdas salariais. Queriam aplicar mecanismos estabelecidos pela reforma trabalhista. A negociação se arrastou por quase dois meses e, somente após 10 rodadas de negociação, se chegou à proposta final. O acordo foi assinado no dia 31 de agosto, data final da vigência da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) anterior.

     > Acordos assinados, CCT e aumento real garantidos por dois anos para os bancários

Mesa única de negociação
Juvandia destacou ainda a manutenção da mesa única de negociação, contemplando bancos públicos e privados. “Vemos diariamente notícias sobre cortes de direitos nas empresas públicas. Os bancários da Caixa, do Banco do Brasil e demais bancos públicos não correm esse risco. E, mais uma vez, possivelmente eles serão os únicos trabalhadores de empresas públicas a ter reajuste acima da inflação”, lembrou.

Acordo de dois anos
Juvandia reforçou, também, a importância de a categoria ter firmado um acordo de dois anos com os banqueiros. “Estamos em uma conjuntura totalmente adversa aos trabalhadores. Corríamos o risco de perder direitos conquistados depois de muitos anos de luta. Por isso, é importante frisar que o acordo é de dois anos. Isso garante que os bancários não perderão seus direitos pelo menos até 31 de agosto de 2020 e já têm a garantia de aumento real de 1% no ano que vem”, afirmou.

Outra vitória foi a manutenção na base dos bancários que têm ensino superior e recebem mais do que R$ 11.291,60 (dois pisos do INSS), considerados como hipersuficientes. Tendo como base a nova legislação trabalhista, os bancos queriam negociar diretamente com esses trabalhadores, sem a intermediação dos sindicatos. Eles corriam o risco de terem diversos direitos cortados, como a PLR, e ter reajustes inferiores ao concedido para a categoria.

Eleições
A eleição de candidatos comprometidos com as pautas da classe trabalhadora é outra prioridade da Campanha Nacional da categoria em 2018. “Na negociação com os bancos obtivemos uma vitória. Na campanha eleitoral, vimos que muitos candidatos que votaram a favor da reforma trabalhista, da terceirização e de outras propostas que prejudicam os trabalhadores não foram eleitos. O PT elegeu a maior bancada da Câmara e o PSOL viu sua bancada quase que dobrar. Mas, a renovação levou a um Congresso Nacional ainda mais conservador do que o anterior. Temos que manter nossa união e organização para enfrentar duras batalhas nos próximos anos”, destacou a presidenta da Contraf-CUT.

“Nossa campanha salarial acabou, mas nossas lutas não acabaram. Algumas delas, como a defesa dos bancos públicos e a defesa dos direitos, passam pelas eleições. É fundamental eleger para a Presidência da República um projeto com propostas de não privatização e de revogação da reforma trabalhista. As centrais sindicais fizeram uma análise dos projetos em disputa e entendem que o melhor para os trabalhadores é o apresentado pelo Fernando Haddad”, concluiu Juvandia.

Os bancários também tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre a CCT da categoria e sobre os Acordos Coletivos de Trabalho específicos de cada banco.

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