Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador da Contraf começa a rodar o Brasil com reuniões itinerantes

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco sediou, nesta terça-feira, (17), no Recife, a primeira reunião do Coletivo Nacional de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT fora da sede da Confederação localizada em São Paulo. A iniciativa de encontros itinerantes faz parte da política de descentralização e integração do Coletivo.

O secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Walcir Previtale, e a assessora jurídica da entidade, Eleonor Poço, apresentaram um panorama da saúde laboral no Brasil, com questões pertinentes não só à categoria bancária, mas a todos os trabalhadores.

“Há um entendimento do Coletivo de que a saúde do trabalhador deve ser tratada numa perspectiva de classe e não de maneira isolada. Em 2016, faremos encontros em diversos sindicatos do Brasil. A ideia é proporcionar, regionalmente, a maior participação possível de dirigentes sindicais nos debates de saúde do trabalhador”, disse Walcir.

Durante o encontro, houve a apresentação da nova secretária de Saúde do Trabalhador da CUT, Madalena Margarida da Silva. Ela é pernambucana e foi eleita no último congresso da entidade, realizado em outubro. 

O secretário de Saúde do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Wellington Trindade, ressalta que a realização do encontro no Recife possibilitou a participação de dirigentes sindicais de estados do Nordeste e do Norte do país.

“A reunião foi extremamente positiva. Tanto a Contraf-CUT como os sindicatos se colocaram à disposição de Madalena para contribuir na construção do novo mandato, pois acreditamos que a união das categorias é essencial na defesa da saúde do trabalhador”, afirmou Wellington. 

Madalena integra o movimento sindical dos trabalhadores rurais e, há muitos anos, milita em defesa dos direitos das mulheres. “Assumir a secretaria de Saúde da CUT é um grande desafio. Agradeço o convite do Coletivo. As portas da nossa Secretaria estão abertas a todos os trabalhadores”, destacou Madalena.

Campanha Nacional

Houve a avaliação das negociações sobre saúde e condições de trabalho na Campanha Nacional dos Bancários de 2015. A presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Suzineide Rodrigues, propôs o aperfeiçoamento do atual modelo de negociação.

“Precisamos valorizar ainda mais os debates setoriais, para levarmos para a mesa de negociação propostas mais claras de cláusulas específicas. Não podemos negociar os índices de reajustes financeiros em detrimento de pautas específicas tão importantes como as da saúde do trabalhador”, destacou a presidenta. 

Durante a reunião, já foram feitos encaminhamentos para a construção da pauta da Campanha Nacional de 2016. No início do próximo ano, o Coletivo Nacional de Saúde da Contraf-CUT realizará um seminário nacional sobre saúde e condições de trabalho visando à preparação para a Campanha.

Metas abusivas e assédio moral

O combate às metas abusivas e ao assédio moral foi, mais uma vez, uma das prioridades estabelecidas pelos dirigentes sindicais por entenderam que se tratam de duas das principais causas de adoecimento do trabalhador.

“O aprofundamento do debate sobre esses assuntos é essencial para enfrentarmos os bancos. Acionaremos o Ministério Público do Trabalho, quando for pertinente, e buscaremos estudos acadêmicos para embasar nossas teses”, informou Walcir.

PNSST e FAP 

A Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho (PNSST) e Fator Acidentário de Prevenção (FAP) também foram temas de discussão. O Coletivo acredita que os trabalhadores ainda têm um longo caminho a percorrer até que a PNSST seja, de fato, efetivada.

“Precisamos, por exemplo, ter acesso aos dados sobre os acidentes e doenças ocupacionais. A sociedade brasileira tem o direito de saber quais são as empresas responsáveis pelo adoecimento dos trabalhadores, mas o poder público não divulga essas informações”, defendeu Walcir. 

Wellington destaca que o FAP tem sido utilizado de forma distorcida pelo governo e pelos empregadores. “A prevenção deixou de ser o foco da questão. O governo bonifica as empresas simplesmente por cumprirem a lei, e elas ainda tentam mascarar a realidade de adoecimento dos trabalhadores para obter ainda mais isenção tributária”, explicou.

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